Notícias | 31 maio, 2023
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Baseado no princípio de transformar o Brasil pela Educação, o Ânima Hub rede de laboratórios temáticos que tem o objetivo de acelerar oportunidades de inovação e empreendedorismo, promove um programa de inclusão digital em 15 comunidades de quatro capitais brasileiras: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.

O “Favela Tech, Jovem Tech” oferece aos jovens o ingresso na área da tecnologia da informação, desenvolve competências e habilidades iniciais relacionadas ao setor, além de apoiar à inclusão de talentos no mercado de trabalho. A iniciativa vai ao encontro das expectativas e tendências da área, que vem crescendo nos últimos anos.

Os estudantes das áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Computação da UNA e UniBH, em Minas Gerais; UniRitter, no Rio Grande do Sul; IBMR, no Rio de Janeiro e São Judas, em São Paulo atuam como monitores do curso. Para desempenhar a função, os alunos são capacitados durante o curso de graduação e têm a oportunidade de colocar em prática o que aprenderam, acompanhados de docentes e tutores. As aulas contam como horas de extensão e podem ser ministradas dentro das Instituições de Ensino Superior (IES) ou em ONGs parceiras. Quando as aulas acontecem dentro das IES, os jovens das comunidades recebem auxílio para deslocamento e alimentação.

“O projeto é focado no desenvolvimento da cidadania digital e na inserção de pessoas para atuarem na área de TI, seja como formação acadêmica ou profissional, a partir de uma introdução técnica. Para os jovens da comunidade é a iniciação na área da TI e para os alunos da graduação mais uma oportunidade de desenvolvimento com as competências em comunicação, oratória, responsabilidade social, além de toda técnica em programação”, explica a coordenadora do programa e gerente nacional de projetos do Ânima HUB, Samara Leal.

Uma das jovens impactadas pelo Favela Tech foi a gaúcha Manoely Rodrigues, de 20 anos. Graças a capacitação que recebeu no projeto, oferecido em Porta Alegre pela UniRitter em parceria com a CUFA e a prefeitura municipal, ela conseguiu um emprego em uma farmácia. “Para concorrer à vaga era necessário entender de computação e sistemas e eu tinha as duas formações no currículo graças ao curso que fiz. O Jovem Tech foi uma experiência única na minha vida. Me ajudou muito na área de tecnologia e trouxe muito conhecimento, não só sobre tecnologia, mas sobre a vida em si. Tenho muito orgulho de dizer que fiz parte desse projeto maravilhoso”, conta.

Os cursos sempre contam com o apoio de empresas da área de TI e de ONGs que atuam nas comunidades. A última turma formada, em Minas Gerais, teve 43 jovens aprovados no curso e 11 deles indicados para vagas de emprego em grandes empresas parceiras do projeto.

Nessa lista está Giovane Mendes, de 23 anos. Ele concluiu o curso, foi destaque na turma e indicado para trabalhar em uma grande empresa parceria do projeto. “Foi incrível. Durante as aulas tudo acontecia como se fosse uma troca, uma roda de conversa. Isso me ajudou muito com a timidez, a me posicionar e a me relacionar. Graças ao curso entrei no mercado de trabalho e, agora, estou passando pelo processo de efetivação na empresa.”, completa o jovem.

Estudante do terceiro ano de Análise e Desenvolvimento de Sistemas no Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte/MG, Thalita Pereira Alves, foi uma das alunas-mentoras do projeto. Assim que soube das inscrições fez questão de participar. “Quando eu tinha 15 anos eu fui aluna de um projeto gratuito de capacitação tecnológica. Aprendi a usar o Word e o Excel com professores voluntários e prometi que um dia eu devolveria essa oportunidade que eu tive para outros jovens. No ano passado eu realizei esse sonho participando do projeto em parceria om a ONG Obras Pavonianas. Esses dias, um dos jovens, que foi meu aluno no projeto, entrou em contato comigo e me enviou uma foto assinando o primeiro contrato dele. Fique tão feliz”, comemora.

Para Thalita, o projeto foi “um divisor de águas”, como ela mesma define, já que está participando de um processo seletivo em uma grande empresa e ter o programa voluntário no currículo foi o diferencial nesta etapa. “O projeto teve um impacto muito grande na minha vida, pois além do conteúdo técnico, ainda me proporcionou competências como oratória, comprometimento e responsabilidade”, afirma a jovem de 21 anos.

Atualmente, a capacitação tecnológica acontece em três capitais: em Belo Horizonte, que está formando a quarta turma, Porto Alegre, que está promovendo o segundo curso e, em São Paulo, o primeiro, dentro da Fundação Casa feminina.

“O projeto em São Paulo é especial, pois ele acontece somente entre mulheres e tem a parceria do Instituto Papel de Menino. Nossas alunas da Universidade São Judas vão até a Fundação Casa duas vezes por semana para oferecerem o curso para as internas, sempre orientadas pelas professoras. As aulas abordam lógica de programação, gamificação e desenvolvimento de websites e aplicativos. Acreditamos que as medidas socioeducativas também podem incluir essas jovens no mercado de trabalho e apresentá-las a um novo caminho”, comemora Samara.